Roberto Pereira D´Araujo
Coitados dos consumidores, principalmente os que estão com dificuldades de pagar sua conta de luz. Além de pagar a tarifa vice campeã de carestia https://www.iea.org/reports/energy-prices-2020, ainda tem que sofrer uma tentativa de disfarce de que as bandeiras tarifárias são “baratinhas”.
Ninguém no mundo usa preços por 100 kWh. Ou se usa R$/kWh ou R$/MWh. Quando se mostram as bandeiras em R$/MWh, o aparente pequeno valor é multiplicado por 10 e assim pode ser comparado a outros preços.
Vejam a sequência de bandeiras que já pagamos.
O vermelho mais escuro é a bandeira vermelha patamar 2. A preta é a de escassez hídrica. A verde não aparece pois não acrescenta mais custos às contas.
Vejam o quanto as bandeiras tarifárias representam em % da tarifa. O último valor representa um aumento disfarçado de 24%.
Como podemos comparar a atual bandeira “Crise Hídrica” de R$ 142,4/MWh?
Eis alguns exemplos:
Leilão de Eólicas em 2019; Preço médio = R$ 104,89/MWh.
Leilão de Fotovoltaicas em 2019, Preço Médio = R$ 125/MWh
Leilão de Energia de Belo Monte a preços de 2020 = R$ 88/MWh.
Portanto, uma bandeira vermelha patamar 2 que cobra do consumidor final R$ 142,4/MWh, supera todos esses indicadores de energia nova!
Não se deixem enganar. Além de uma das mais caras tarifas do planeta, estamos pagando um preço extra que, superando valores de leilões, mostra que faltam usinas. Faltam investimentos. Se tivéssemos mais usinas, os reservatórios não estariam tão vazios.