A reforma necessária

O ILUMINA considera que há uma questão muito maior naocupação de cargos públicos. Enquanto o Estado brasileiro estiver utilizando as posições de empresas, ministérios e autarquias como moeda de troca, não há esperança. Alguns intelectuais dizem que o Estado brasileiro não tem jeito, mesmo. Através dessa “maldição” justifica-se a privatização, a entrega de setores estratégicos, etc. Essa “receita”nem é seguida por muitos países desenvolvidos, pois lá o estado não é nem a “caixa preta” e nem esse fantasma que assusta a cabeça de alguns empresários. Enquanto reformas são feitas a toque de caixa, a reforma do estado, que deveria tratar da blindagem das empresas públicas aos voláteis interesses políticos com p minúsculo, continua sem definição. Deveria ter sido a primeira do governo LULA.





Cargo é provisório, diz Pinguelli


Folha de São Paulo 18/3


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o cargo sendo prometido ao PMDB, o presidente da Eletrobras, Luiz Pinguelli Rosa, afirmou ontem que não vê “nenhum apocalipse” em sua eventual substituição: “Meu cargo é provisório”. A promessa ao PMDB é uma das formas adotadas pelo governo para abafar CPIs no Senado.
Após encontro com o ministro José Dirceu (Casa Civil), no Planalto, Pinguelli disse que tem recebido uma “enxurrada” de manifestações de entidades pedindo a sua permanência na Eletrobras.
Professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e um dos coordenadores do programa sobre energia elétrica do PT, ele afirmou que até a manhã de ontem não havia recebido comunicado do governo a respeito de sua eventual saída do cargo. “Eu, pelo que sei, não estou de aviso prévio. Tenho recebido uma enxurrada de posições contrárias a isso”, disse à Folha, no estacionamento do Planalto.
Além da Eletrobras e do INSS, cargos dados como já negociados, os peemedebistas pleiteiam outro ministério -já ocupam, desde a reforma ministerial de janeiro, a Previdência e as Comunicações.
A entrega de cargos ao PMDB, além de evitar a instalação de CPIs, é uma forma encontrada pelo governo para garantir a governabilidade e evitar um maior desgaste do ministro-chefe da Casa Civil -enfraquecido desde que o caso Waldomiro Diniz veio à tona, no mês passado.
Na ocasião, a revista “Época” divulgou um vídeo, feito em 2002, no qual Waldomiro, antigo homem de confiança de Dirceu, aparece pedindo propina e doações de campanha a um empresário de jogos. À época, Waldomiro era presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro, no governo Benedita da Silva (PT).
Por causa dessa gravação, Waldomiro foi exonerado a pedido do cargo de subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva entrou em sua pior crise política. Os aliados, para evitar o alastramento do caso, foram fundamentais.
Ontem, após conversar com Dirceu, Pinguelli admitiu que seu cargo é “provisório”. “Eu não vejo nenhum apocalipse nisso [sua provável saída]. Todos os cargos de confiança são provisórios. O meu cargo é provisório. Eu não fiz concurso para presidente da Eletrobras”, afirmou.
O presidente da Eletrobras afirmou que não discutiu sua saída do cargo ontem com Dirceu. “Nada disso foi conversado hoje [ontem]. Eu me entendo como um técnico a serviço do governo, eu não sou um político. O planejamento estratégico é da empresa [Eletrobras] e do governo, não é uma questão pessoal e individual.”
(EDUARDO SCOLESE)

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