Contas simples…mas, terríveis!

Na década de 90, o Brasil vendeu 26 empresas do setor elétrico. Não foram apenas distribuidoras. Usinas hidroelétricas (e seus lagos) foram transferidas para a iniciativa privada. Isso não é algo comum de se ver, pois acima das turbinas, há imensas regiões com as mais variadas atividades econômicas. Achar que uma coisa não tem nada a ver com a outra ou é ridículo ou é uma grande irresponsabilidade. Abaixo a lista com os valores em US$.

 

O total arrecadado com essas empresas, descontados os subsídios do BNDES e as compensações fiscais que foram dadas em parte dos ágios dos leilões, chegaram a, aproximadamente, US$ 30 bilhões de dólares. Evidentemente, não vamos esquecer da privatização da mineração, da telefonia e da siderurgia.

Do outro lado, a dívida pública girava no entorno de 40% do PIB, ou US$ 400 bilhões.

Hoje, a dívida pública chega a 71% do PIB ou R$ 4,6 trilhões, ou ainda US$ 1500 bilhões. Uma conta simples: Hoje, devemos quase 4 vezes o que devíamos há 20 anos atrás.

A imprensa noticia a privatização das usinas hidroelétricas da Cemig, que têm uma estimativa de geração de energia/ano (MWh) como mostra a tabela abaixo.

Segundo o próprio governo, essas usinas valem R$ 11 bilhões.

Como se fossem meras fábricas de kWh, o governo quer vender mais “geografia”, ao listar as usinas da Eletrobras abalroadas pelo tiro no pé (MP 579) do governo Dilma. Pedindo desculpas pelo trocadilho, elas passaram de “ativos” para “passivos” financeiros, pois, hoje, a Eletrobras paga para operá-las. Toda essa fragilização isso foi feita para não “incomodar” os outros custos! Claro está que, passando ao setor privado, sua “tarifa” vai subir muito.

 

  • Digamos que elas valham R$ 12,5 bilhões (proporcional à estimativa da CEMIG).
  • Assim, todos esses complexos hídricos somariam R$ 23,5 bilhões.
  • Basta uma máquina de calcular para descobrir a triste realidade. Elas representam cerca de 0,5% da dívida pública.
  • Apenas o déficit primário acumulado no primeiro semestre chega a R$ 38 bilhões!
  • Isso quer dizer que todas essas usinas podem ser “queimadas” com poucos meses de estrutura fiscal deficitária.
  • Um país que não desconfia que há algo muito errado com essa estratégia está totalmente perdido!

 

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