Energia eólica com potencial


Energia eólica pode ter mudança de perfil na matriz com variações climáticas


Estudo indica que potencial restante será localizado especialmente na costa litorânea brasileira, a partir de 2071

Fábio Couto, da Agência CanalEnergia

, Meio Ambiente




A energia eólica foi considerada a grande surpresa do estudo inédito feito no Brasil sobre mudanças climáticas e segurança energética. Um dos pontos observados no estudo indica que a geração por meio dos ventos pode perder mais da metade do potencial energético estimado, no longo prazo, mas o potencial restante será localizado especialmente na costa litorânea brasileira. Esse efeito se dará por meio do aumento da velocidade média dos ventos, da ordem de 8,5 quilômetros por hora.


O estudo,divulgado pela Coppe/UFRJ nesta segunda-feira, 2 de junho, apresenta os reflexos das mudanças climáticas nas principais fontes de energia no Brasil no período entre 2071 e 2100, com base no Plano Decenal de Energia 2030. O trabalho durou 10 meses.Em maior ou menor magnitude, segundo o estudo, praticamente todas as fontes de energia analisadas possuirão algum tipo de reflexo, exceto o etanol, segundo as conclusões apresentadas no evento.


De acordo com o professor de planejamento energético da Coppe-UFRJ, Roberto Schaeffer, coordenador do estudo, a avaliação é que embora haja a redução do potencial, em algumas regiões do país, como o Nordeste e o Sul, as mudanças climáticas abrem espaço para jazidas de vento concentradas nessas regiões, dando um foco econômico mais definido para eventuais investimentos nesse segmento.


Além disso, ressaltou o professor Alexandre Szklo, também da Coppe/UFRJ e coordenador do trabalho,tal cenário abreespaço para investimentos em eólicas offshore, a exemplo do que acontece na Europa.


O estudo –A análise,que contou com apoio da Embaixada do Reino Unido, aponta o reflexo das variações climáticas em diversas fontes de energia – hidreletricidade, termeletricidade a gás, etanol (e bagaço de cana) e biodiesel, entre outros. No entanto, um dos pontos destacados pelos especialistas é o grau de incerteza que as conclusões apresentam, por conta da escassez de dados e ferramentas para avaliação do clima.


Além disso, o próprio clima apresenta um grau de incerteza que lhe é inerente, salientou Schaeffer. No entanto, a proposta do estudo é de se incluir as variáveis climáticas nos estudos e planos de expansão da energia.

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