Estatais são como ‘filhos que fugiram e hoje são drogados’, diz Guedes – Folha de São Paulo

Análise do ILUMINA: Concordamos plenamente com o ministro. Mas, quando se afirma que alguém se drogou, é preciso dizer quem empurrou droga para esse “filho”.

O ILUMINA sabe e aponta os traficantes. Por exemplo, no caso da Eletrobras:

1º Traficante: Governo FHC – Em 1998, o governo FHC obrigou a Eletrobrás a usar o fundo RGR para adquirir distribuidoras com dificuldades operacionais e financeiras, que não interessaram ao capital. Era o recurso para futuras indenizações por investimentos não amortizados. Solução do traficante: empurrar o “osso” para a Eletrobras e deixar o “filé” para o setor privado. Naquela época, foram empurradas para a Eletrobras a Companhia Energética de Alagoas (CEAL), a Companhia Energética do Piauí (CEPISA), a Centrais Elétricas de Rondônia S.A. (CERON) e a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre). Ou seja, cocaína pura!

2º Traficante: Associação governo FHC e Lula – Até o final de 2002, havia contratos de suprimento com as distribuidoras que, conforme projeto do governo FHC, seriam cancelados. Ao se iniciar 2003 (sob um novo governo!), esses contratos, majoritariamente da Eletrobras, foram sendo cancelados 25% em cada ano, cumprindo exatamente o plano do traficante anterior. Mesmo sendo mais baratos do que vários outros preços, essa foi a decisão. Como a maioria das hidroelétricas eram da Eletrobras, um grande prejuízo foi gerado. Essa energia de preço irrisório substituiu energia térmica que, sem precisar gerar, poderiam manter seus contratos ou repassar o direito de “liquidar” essa energia hidráulica liquidadas por uma ninharia. Crack em alta dose!

3º Traficante: Governo Lula e DILMA – Subsídios e empréstimos do BNDES não são suficientes. Empurraram sobre a Eletrobras 178 doses de sociedades onde ela entra para ter prejuízo. Quem assiste uma palestra do Paulo Guedes chega a imaginar que essas empresas “sócias” do estado são meras vítimas inocentes. Assim, a outra maneira de fragilizar a Eletrobras foi trata-la como um “BNDES extra”. LSD e Cocaina em alta dose!

4º Traficante: Governo DILMA – Em 2012, o cenário era inexplicável: Depois de tantas alterações que prometiam a eficiência, como explicar o absurdo aumento das tarifas? Como “disfarçar” a eclosão de encargos (chegou-se a mais de 10) necessários para ir “remendando” os problemas? Como “disfarçar” que, ao contrário da parcela cativa das distribuidoras, o mercado livre tinha se beneficiado de preços irrisórios, apesar de estar conectado ao mesmo sistema? Como enfrentar interesses poderosos que estariam sob o manto dos diversos erros do sistema? Fácil! Culpar e destruir valor da Eletrobras, que, sozinha teve que suportar uma redução tarifária de 90%! Morfina para preparar a morte!

Portanto, Dr. Paulo Guedes, o ILUMINA aponta os traficantes. E os filhos do setor privado? Vale, Oderbrecht, OAS, Camargo Correia, Queiroz Galvão, J&F, FETRANSPOR….Onde o sr. estava assistindo tudo isso? Denunciando ou aplaudindo?


Nicola Pamplona

RIO DE JANEIRO

O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou nesta sexta (8) as estatais brasileiras a “filhos que fugiram de casa e hoje são drogados”. Em sua visão, disse, todas deveriam ser privatizadas, mas o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e os militares pediram que algumas permaneçam estatais.

“Eu falava que tinha que vender todas [as estatais], mas naturalmente o nosso presidente, os nossos militares olham para algumas delas com carinho, como filhos, porque foram eles que as criaram. Mas eu digo, olha que seus filhos fugiram e hoje estão drogados”, disse, em evento sobre privatizações no BNDES.

Guedes não citou nomes das empresas, mas o governo já decidiu, por exemplo, que não privatizará a Petrobras. Em discurso em outro painel, o secretário de Desestatizações e Desinvestimentos, Salim Mattar, citou ainda BNDES e Caixa Econômica Federal entre as estatais que Bolsonaro e os militares querem manter.

Para a Eletrobras, será mantida a proposta de capitalização anunciada no governo Temer, que compreende o lançamento de novas ações para venda a investidores privados, diluindo a fatia estatal.

De acordo com o presidente da companhia, Wilson Ferreira, a expectativa é o que o modelo esteja definido até março, para que o lançamento de ações ocorra no início de 2020.

Em seu discurso no evento, o ministro da Economia defendeu que o governo brasileiro não pode mais carregar “ninhos de corrupção”, que dão prejuízo, apenas para garantir apoio político em troca de cargos públicos.

“A velha política morreu. Não sabemos qual é a nova, mas sabemos que a velha política morreu. As estatais não vão alimentar mais aquela forma de fazer política”, afirmou. Ele defendeu que privatizações podem ajudar a cortar gastos públicos e permitir foco em investimentos sociais, como saúde, educação e segurança.

No evento, o BNDES apresentou exemplos das privatizações das seis distribuidoras que eram operadas pela Eletrobras, concluído em 2018. Segundo o presidente do banco, Joaquim Levy, foram transferidos R$ 9,3 bilhões em dívidas a empresas privadas, que terão que aportar R$ 2,4 bilhões em capital e R$ 6,7 bilhões em investimentos.

“Com esse processo, a gente conseguiu tirar um peso do Estado”, reforçou a secretária executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, argumentando que a situação das empresas tomavam tempo do governo e da Aneel (Agência Nacional de energia Elétrica).

As seis empresas, que operam nas regiões Norte e Nordeste, foram vendidas em três leilões realizados em 2018, em um processo que enfrentou grande resistência de trabalhadores e políticos locais.

Guedes diz que a estratégia futura é descentralizar o processo de privatizações, com foco em empresas controladas por estados e municípios. Para isso, o BNDES está alterando sua estrutura, criando diretorias para se aproximar dos governos estaduais e prefeituras.

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