Ferreira quer ficar na Eletrobras para fazer privatização – Valor

Análise do ILUMINA: Dr. Wilson Ferreira, “do ponto de vista pessoal”, quer que o Brasil dê vexame. Basta ver o gráfico abaixo.


Por Rodrigo Polito e Camila Maia | Do Rio e de São Paulo

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, afirmou ontem ter interesse em permanecer no cargo, caso seja convidado pelo governo Bolsonaro e que seja mantido o plano de privatização da elétrica. Segundo ele, até o momento, não houve a formalização de um convite pela equipe de governo de Bolsonaro. O executivo, no entanto, ressaltou que o relacionamento com a equipe de transição de Bolsonaro tem sido positivo.

“Do ponto de vista pessoal, sabem que viemos fazer o processo de reestruturação da companhia. Estamos avançando nele. Os próximos dois meses serão importantes. Havendo interesse [pelo governo Bolsonaro] em continuar o trabalho de processo de capitalização [da Eletrobras para a privatização da empresa], evidentemente este que vos fala tem interesse em continuar o trabalho”, disse Ferreira, em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado da empresa no terceiro trimestre.

Ferreira acrescentou que tem conversado com frequência com Luciano de Castro, representante da equipe de transição na área de energia, para lhe passar informações sobre a companhia. “Com o Luciano de Castro estamos mantendo um produtivo relacionamento”, afirmou. “Ele fala comigo com grande frequência. Tenho mantido ele informado.”

A estratégia de Ferreira com relação à Eletrobras está alinhada com o viés liberal do novo governo que está se formando. Esse é um fator que pode influenciar positivamente para a permanência do executivo no cargo. Outro ponto favorável é a eventual indicação do ex-secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME) Paulo Pedrosa para o comando da pasta. Liberal e com visão de mercado, Pedrosa trabalhou nos últimos dois anos no plano de privatização da Eletrobras, cujo projeto de lei está na Câmara.

Um fator de risco é uma possível decisão de Bolsonaro de não privatizar a companhia elétrica. Durante a campanha eleitoral, o então candidato havia afirmado que não pretendia privatizar o “miolo da Eletrobras”. Até o momento, Bolsonaro não deu uma declaração oficial sobre a privatização da holding elétrica.

Ferreira também disse ontem entender que a definição sobre a presidência das estatais ligadas ao MME deverá ocorrer apenas após a indicação do nome de quem comandará a pasta.

Na teleconferência, o executivo lamentou o que chamou de resultado “ruim” do terceiro trimestre, quando a companhia obteve prejuízo de R$ 1,62 bilhão, ante lucro de R$ 537 milhões obtido um ano antes, motivado, principalmente, por efeitos não recorrentes.

“Passamos um trimestre difícil e ruim, mas semeamos e começamos a colher parte dos grandes trabalhos”, disse Ferreira, lembrando de avanços que a companhia teve, como a readequação da tarifa da usina nuclear de Angra 3. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) recentemente aprovou a nova tarifa da usina, de R$ 480 por megawatthora (MWh), e o prazo para conclusão da usina em janeiro de 2026.

A Eletrobras pretende concluir o edital para a concorrência para a escolha de um sócio para a retomada das obras de Angra 3 no primeiro semestre do próximo ano. “Há tempo suficiente para fazer tudo”, completou Ferreira, acrescentando que a decisão do CNPE permitirá a reversão, parcial ou total, do “impairment” de R$ 11,3 bilhões relativo à usina nuclear

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