Gangorra


As notícias abaixo estão fortemente conectadas. Em primeiro lugar, a incrível humilhação por que passou a consumidora Clea Barbosa com sua luz cortada por causa de R$ 22,00. Depois, aumentos de tarifa de até 21% no Nordeste. Logo após, a exclusão de mais de 500 mil pessoas da tarifa social. Todas elas contrastam com a vantagem que os grandes consumidores terão com incríveis descontos em suas contas num mercado sobre ofertado. Já aconteceu na Inglaterra, Califórnia, Chile, Nova Zelândia e em outros lugares que adotam o sistema de mercado para energia. Ganha o grande consumidor, perde o pequeno. É o óbvio! Afinal, alguém tem que pagar os custos. É como a gangorra, se diminui para alguns, sobe para outros. É incrível como as injustiças continuam. D. Clea, enquanto a Sra. Fica sem luz por não suportar a tarifa que só aumenta, as empresas Copebrás, Paramount Têxteis e Santher acabam de conseguir descontos de até 25%! No governo Lula!Não é incrível?







Cobrança indevida (Cartas do Globo 21/04/04)



Gostaria de registrar meu protesto devido ao corte de energia elétrica em minha residência no dia 27 de fevereiro. Esclareço que, em dezembro, recebi uma conta no valor de R$ 1.713,26. Argumentei com a Light que sou faxineira, meu marido está desempregado há quatro anos, vive da venda de balas no trem e tenho quatro filhos. Minha casa tem um quarto apenas, como posso pagar uma conta desse valor? Fiquei surpresa quando cheguei em casa e meu filho de 8 anos estava no escuro, pois a minha luz havia sido cortada. E, o pior, entregaram a notificação do corte a quatro crianças com idades de 2 a 10 anos, que nada podiam argumentar. Estou sem luz e meus filhos, sem alimentação, dependendo de favor dos vizinhos, pois perdi a comida que estava na geladeira.



Clea Barbosa , Rio



Resposta da Light


A Light informa que a fatura de dezembro, no valor de R$ 1.713,26, foi corrigida no dia 5 de janeiro para o valor de R$ 22,28. A empresa esclarece que o corte no fornecimento foi efetuado em virtude do atraso das contas de janeiro e fevereiro e não da fatura reclamada. A Light diz que entrou em contato com a leitora e ofereceu-lhe o parcelamento dos débitos para que o fornecimento de energia seja restabelecido.





Observem que, pela resposta dada, a Light não reestabeleceu o fornecimento!





Luz sobe até 21% no Nordeste (Jornal do Commercio 21/04/04)




As tarifas de energia ficarão mais caras a partir desta quarta-feira para mais de 6,7 milhões de consumidores de quatro distribuidoras de energia do Nordeste. O aumento médio será de 12,77% para a Coelba (Bahia), de 11,12% para a Coelce (Ceará), de 14,01% para a Energipe (SergipeE) e de 15,11% para a Cosern (Rio Grande do Norte). Os índices para o consumidor residencial e as pequenas empresas serão de 9,9% na Bahia, de 8,85% no Ceará, de 10,34% em Sergipe e de 11,30% no Rio Grande do Norte.


Já os consumidores industriais e comerciais de médio e grande porte, ligados em alta tensão, terão reajustes de 17,40%, 14,17%, 17,95% e 21,14% respectivamente.



525 mil ficam sem tarifa social (Jornal do Commercio 21/04/04)




Pelo menos 525 mil consumidores de baixa renda atendidos pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vão perder o subsídio (tarifa social) concedido pelo Governo para quem possui renda familiar mensal e até R$ 100.


Essas pessoas, que consomem em média de 80 kWh a 220 kWh por mês, não fizeram o recadastramento solicitado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que continuassem na lista.


O subsídio pode resultar em desconto de até 74% do valor da conta de luz. Um cliente com consumo de até 30 kWh por mês, por exemplo, que paga, com o desconto, R$ 2,42, passará a pagar R$ 9,33 se perder o subsídio. O cadastramento acabou no dia 16 de março, quando a Aneel começou a excluir da lista de benefícios os consumidores que não encaminharam declarações comprovando renda de até R$ 100.



Furnas e Copel vencem leilão de energia (Jornal do Commercio 21/04/04)



A Comercializadora de Energia Elétrica (Comerc) anunciou nesta terça-feira que a Furnas Centrais Elétricas e a Companhia Paranaense de Energia (Copel) foram as vencedoras do leilão de compra de energia realizado em 13 de abril. O leilão, o quinto realizado pela Comerc, possibilitou a aquisição de 43 megawatts (MW) de energia elétrica para atender as empresas Copebrás, Paramount Têxteis e Santher, que passarão a ter o status de consumidores livres.


De acordo com Marcelo Parodi, diretor da Comerc, esse foi o leilão mais disputado entre os realizados pela comercializadora. ‘‘O leilão durou oito horas, nosso recorde em termos de duração, com uma intensa disputa entre Copel, Furnas, Emae e CPFL Comercialização Brasil’’, disse Parodi.


A competição pelo suprimento às empresas resultou, segundo ele, em uma redução de preços de até 26% em relação aos lances iniciais. ‘‘Com a energia adquirida no leilão, as empresas compradoras deverão obter uma economia de 15% a 25% em relação ao que pagavam na condição de clientes cativos de distribuidoras’’, calculou Parodi.


Furnas e Copel venceram as disputas para ofertar energia para a Copebrás e para a Santher. A comercializadora somente anunciará o vencedor da disputa pela venda de energia à Paramount Têxteis na próxima semana, após reunião do conselho da empresa.




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