Governo Bolsonaro desiste de injetar dinheiro na Eletrobras – Folha de São Paulo – Danielle Brant

Análise do Ilumina: O grande problema do ILUMINA, desde sua fundação em 1996, tem sido a enorme barreira de opiniões e divulgação de dados que contrariem afirmações de governos na imprensa brasileira. Um verdadeiro “muro” difícil de ser ultrapassado!

Por exemplo: Vejam o que diz a Folha de São Paulo nessa notícia de 05/10/2019. 

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/10/governo-bolsonaro-desiste-de-injetar-dinheiro-na-eletrobras.shtml

“O governo enterrou de vez os planos de injetar R$ 3,5 bilhões na Eletrobras para tornar a estatal mais atraente para investidores privados e decidiu adotar uma estratégia de corpo a corpo com parlamentares em uma ofensiva para angariar apoio ao projeto de lei que abrirá caminho para a privatização da elétrica.

Quem lê acha um absurdo que o tesouro tenha que injetar dinheiro público na “ineficiente” Eletrobras. Só que não é nada disso!

O que é real:

O governo FHC, ao privatizar o setor de distribuição de energia elétrica, vendeu o “filé” e deixou o “osso” com a Eletrobras, que foi obrigada a adquirir as empresas dos estados do Acre, Rondônia, Roraima, Piaui, Alagoas. Na realidade, a Eletrobrás “quebrou o galho” do processo de privatização mal feito da década de 90.

A partir dessa política, a Eletrobras, que não tinha atuação na área de distribuição, passou a ter novos custos. A partir da decisão do governo Lula em não terminar a privatização do governo anterior, mal ou bem, a Eletrobras fez investimentos nessas empresas que, assim, continuaram a produzir prejuízos. Por isso o “mercado” rejeitou.

Parte dessas empresas não eram atendidas pelo sistema interligado e, portanto, dependem de fontes mais caras. Um subsídio pago por todos os consumidores, CCC (Conta de Consumo de Combustíveis) deixou de ser creditado para a Eletrobras.

Ao final do ano passado, aumentos tarifários preparatórios para a venda, ou pós privatização foram concedidos. Por exemplo,

+ 38% em Roraima,

+ 25% em Roraima,

+ 12,8% no Piaui,

+ 6,7% em Alagoas,

+ 21,7% no Acre.

Ou seja, o Brasil privatiza encarecendo tarifas e assumindo dívidas do que vende!

Mais adiante, o que diz a Folha?

“O governo espera levantar até R$ 18 bilhões com a privatização pelo novo modelo.

Parlamentares que participam das reuniões disseram que, ao apresentar a proposta, o governo tem adotado o mesmo discurso do ministro Paulo Guedes (Economia), de que a estatal não consegue se financiar e que, sem investimentos, vai ser deixada para trás pelos concorrentes.”

Não fica parecendo que a Eletrobras deveria estar ávida por “ganhar mercado”, ser a “vencedora” de uma disputa com concorrentes privados?

Só que não é nada disso!

Se esse fosse o comportamento que o consumidor esperasse e o acionista majoritário da Eletrobras exigisse, ela não seria obrigada a entrar em 178 sociedades com o setor privado onde ela é minoritária. Se, em cada projeto, ela responde por menos de 50% do ativo, está perdendo significância de forma bizarra. Na realidade, foi preciso as parcerias com a Eletrobras, além do BNDES, para animar o setor privado. Ou seja, nunca houve essa disputa acirrada que a Folha quis vender. A realidade é oposta ao cenário da notícia.

Mais adiante…

“No Congresso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) desponta como uma das vozes em defesa da venda da estatal. Na última quinta (3), após uma reunião com Guedes, disse ser favorável à privatização da Eletrobras.

“É um custo de administração de pessoal mais caro que a média do setor, então isso acaba gerando um prejuízo aos recursos da sociedade”, disse.”

Mais uma vez, tudo errado!

A Eletrobras, comparada com as maiores empresas de energia do mundo é a que tem o menor índice empregado por MW instalado.

Fonte: www.power-technology.com. (top 10 biggest power companies)

Agora, com o projeto ocluso de destruição do corpo funcional da empresa para sobrar apenas as usinas e linhas ($$$), a Eletrobras já reduziu ainda mais seu quadro (~13.000). Atenção: Número de funcionários em todas as empresas do grupo!

Esses são apenas alguns exemplos de desinformação em apenas uma reportagem. Isso em um jornal (Folha de SP) considerado crítico ao governo Bolsonaro! Assim a mídia vai formando uma opinião pública que “concorda” com a tese de que a privatização resolve tudo no país! Imaginem em outros jornais!

 

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