Governo FHC quer promover também o apagão de idéias e da liberdade de pensamento O governo FHC, através do ministro Pedro Parente, da Casa Civil e da Câmara de Gestão da Cise Elétrica e do p …

Governo FHC quer promover também o apagão de idéias e da liberdade de pensamento


O governo FHC, através do ministro Pedro Parente, da Casa Civil e da Câmara de Gestão da Cise Elétrica e do presidente da Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE), encaminhou dois ofícios, de igual teor, à Universidade de São Paulo, com ameaça de processo judicial contra o professor Ildo Sauer, em razão de suas críticas e do relatório entregue às autoridades, apontando irregularidades e indícios de improbidade na compra de energia emergencial e nas compensaões dadas às concessionarias, através da medida provisória 14 de 21/12/2001.


A manifestação do governo é duplamente lamentável:


Em primeiro lugar, a consulta à USP é descabida, pois o relatório e as maniestações feitas à imprensa e junto ao Ministério de Minas e Energia, ao Congresso Nacional, ao Ministério Público Federal (no ãmbito do inquérito civil público instaurado para investigar a legalidade e constitucionalidade da cobrança do "seguro apagão e o funcionamento da CBEE) foram subscritas pessoalmente e jamais apresentadas em nome da USP ou de suas unidades; portanto, revela uma notória ignorância sobre os princípios que regem o funcionamento das universidades, baseados na liberdade de pensamento e expressão de seus integrantes;


Em segundo lugar, por constituir uma tentativa de intimidação e constrangimento; trata-se de atitude típica de um governo obscurantista, amigo da escuridão e do pensamento único, que foi responsável por dois apagões e um racionamento, e agora recorre à intimidação e às ameaças para tentar cercear o direito de expressão, visando promover também o apagão de idéias e da liberdade de pensamento. Ao invés de promover ameaças e intimidações o governo deveria promover as apurações requeridas e oferecer explicações convincentes à sociedade.




São Paulo, 29 de abril de 2002.

Professor Ido Luís Sauer




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