Me parece um equivoco a posicao favoravel desse jornal sobre a
operacaode venda de 1/3 da CEMIG ao capital internacional. Ao elogiar a
atitude”consciente” dos dirigentes da CEMIG e o modelo adotado pelo
governomineiro para a operacao, deu-nos a impressao de que esse
combativojornal fez uma leitura e analise bem superficial e oficialista
daverdadeira transacao. Na verdade embora o controle da CEMIG
sejaoficiosamente do governo mineiro, o comando de fato da Empresa
passoupara a AES Houston e a Southern Electric. E por um preco
bananal.Issofoi, inclusive, luta dos sindicatos e trabalhadores da
CEMIG. A COELBA,que nem de longe se compara com a CEMIG, conseguiu
alavancar uma somabem superior. Politicamente, a decisao de vender essa
participacao daCEMIG, nunca passou pelos dirigentes dessa Empresa, mas
foi uma decisaoextramuros, tomada nalguma sala do BNDES, em presenca de
consultoresinternacionais. Portanto, nenhum dirigente da CEMIG influiu
no projeto de venda. A GASMIG, mesmo contra os argumentos dos
sindicatose gerentes da CEMIG, foi prometida a gana privatista. Mas sob
pressaodos novos socios da CEMIG, o governo voltou atras e nao mais a
vendera,mas agora porque a GASMIG interessa aos mesmos, que a levara
comosobremesa, dessa banquete com o dinheiro publico. Ja anunciam
ademissao de cerca de 2000 empregados da CEMIG. Se essa transacao
e,para esse jornal, uma solucao inteligente, entao estamos condenados
aser vitimas eternas da esperteza da elite e da ignorancia dos que
caemna armadilha da dita “inteligencia”.
Alexandre Heringer Lisboa – Belo Horizonte, MG