…o fim da civilização dos combustíveis fósseis.


Destacamosabaixo otrecho da entrevista que o ambientalista Economista Sérgio Besserman deu à jornalista Daniela Chiaretti do jornal Valor Econômico, publicadono dia 2/10, onde ele fala sobre as energias renováveis, energia nuclear e pré-sal.


Por motivos técnicos o texto integral, que está no Seção Estudos Especiais, deste sitio, foi publicado emtamanho reduzido da fonte.


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Valor: Os senhores dizem que o Brasil está fazendo “diversos equívocos” no campo da energia. Falam das políticas que subsidiam o uso do carvão e das térmicas a óleo, mas também mencionam as hidrelétricas. Como assim?


Besserman: No caso das hidrelétricas é um não aproveitamento inteligente das possibilidades de integração com outras fontes renováveis, do potencial das pequenas hidrelétricas e de uma melhoria no padrão de gestão e transparência no caso das hidrelétricas maiores. No caso da energia em geral, é preciso ter claro que o futuro são as fontes renováveis e não emissoras de gases-estufa. O pré-sal é uma benção, uma riqueza, mas é o passado.


Valor: O passado?


Besserman: Sim, porque estamos nos preparando para o fim da civilização dos combustíveis fósseis.


Valor: Como fica esta “benção”?


Besserman: O uso inteligente do pré-sal é utilizar estes recursos para potencializar a transição para outra matriz energética, aproveitando as vantagens comparativas do Brasil em biomassa, solar, eólica, pequenas hidrelétricas. Sim, este é o futuro. Usar o recurso do pré-sal para ir a este futuro é maravilha. Mas apostar no mundo dos combustíveis fósseis e ficar estacionado nele seria um equívoco. Para mim, o risco é o país, em vez de mobilizar seus recursos para a transição tecnológica, acabar utilizando-os de forma a ficar ancorado no mundo do passado. Planejamento e política industrial mirando a transição tecnológica da matriz energética é muito importante. Neste novo mundo há riquezas equivalentes a muitos pré-sais.


Valor: Energia nuclear é opção?


Besserman: Desde que a custos suficientemente competitivos para compensar algumas externalidades negativas, como o lixo radioativo. E na condição de uma solução racional para o lixo radioativo nos próximos 300 a 500 anos, ela pode, sim, ter um papel importante na matriz do Brasil.


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