Roberto Pereira D’Araujo
Há algo de comum em todos os candidatos à presidência: o completo desprezo aos problemas do setor elétrico brasileiro. Um candidato representa o governo que quase destruiu a Eletrobrás, o outro promete privatizar, mas não sabe exatamente o que.
Até parece que está tudo bem com esse serviço essencial ao consumidor e à economia, mas é o contrário:
- O ILUMINA vem apontando que a tarifa de energia elétrica sobe constantemente desde 1995.
- O ILUMINA mostrou que, mesmo com a desvalorização do Real, o brasileiro paga pelo menos o dobro do que pagam consumidores de sistemas semelhantes, Canadá e Noruega.
- O ILUMINA mostrou que, por distorções do modelo implantado, enquanto os consumidores clientes de distribuidoras pagavam preços crescentes, o mercado livre se lambuzou de energia quase gratuita por 10 anos.
- O ILUMINA mostrou que a parir de 2003, com a queda da demanda decorrente do racionamento, a Eletrobrás foi praticamente a patrocinadora do crescimento do mercado livre de energia sendo obrigada a gerar sem contrato.
- O ILUMINA mostrou que o modelo exigiu uma série de encargos inexistentes anteriormente. A sopa de letrinhas é enorme: P&D, CDE. ESS, TFSEE, PERCEE, UBP, GSF.
- O ILUMINA mostrou que no período 2008 – 2012, o consumo de energia total tangenciou a garantia do sistema, que está superestimada. Se não fossem as hidrologias excepcionais de 2009 e 2011, poderíamos ter racionamento.
- O ILUMINA mostrou que o setor privado não investe o suficiente na expansão. O mercado livre, que responde por 30% do consumo, não contratou usinas no longo prazo e “vai de carona” no mercado regulado.
- O ILUMINA mostrou que, não fossem as parcerias da Eletrobrás, a expansão estaria estagnada. Essas sociedades, mal geridas e mal contratadas, geraram um grande prejuízo à empresa.
- O ILUMINA mostrou que a medida provisória 579, que tentou inutilmente reduzir tarifas, anulou a capacidade de financiamento próprio do setor, isentou todas as outras razões de aumento de tarifa e trouxe insegurança jurídica.
- O ILUMINA mostrou que, enquanto se destruía a Eletrobrás, empresas atuantes no setor lideraram o pagamento de dividendos aos acionistas.
- O ILUMINA mostrou que, como exemplo máximo da distorção, comercializadoras chegaram a ter rentabilidades acima de 80% no mercado livre.
- O ILUMINA mostrou que, apesar do consumo estar estagnado desde 2014, há 5 anos os reservatórios não conseguem encher e, ironicamente, o sistema apresenta “sobra” de garantia.
- O ILUMINA mostrou que a contratação de térmicas caras que ficam a maior parte do tempo desligadas, mas contabilizadas como oferta, na realidade esvaziam os reservatórios.
- O ILUMINA mostrou que as bandeiras tarifárias que parecem baratas por 100 kWh, na realidade, significam um custo extra de quase 20% sobre o preço do kWh.
- O ILUMINA mostrou que há 90 bilhões de custos que recairão sobre os consumidores.
- O ILUMINA mostrou que as distorções do modelo são tão “espetaculares” que o setor está totalmente judicializado.
Quando uma lista tão extensa soa como “novidade” para a maioria dos consumidores, só resta lamentar e aguardar o verdadeiro “redemoinho” sugador de dinheiro que virá. #euavisei
3 comentários para “O ILUMINA lança o #euavisei.”