O Ilumina, que têm mantido sua home page repleta de informações da imprensa, não têm como reproduzir aqui todas as notícias veiculadas nos jornais de 12/03/99. Entretanto, é preciso esclar …


O Ilumina, que têm mantido sua home page repleta de informações da imprensa, não têm como reproduzir aqui todas as notícias veiculadas nos jornais de 12/03/99.


Entretanto, é preciso esclarecer que relações o apagão ocorrido no dia 11 de março tem com os processo de privatização do setor elétrico:


Os raios que atingiram a sub estação da CESP e provocaram o "efeito dominó" com perda de quase 80% da carga do sistema Sul-Sudeste e Centro-Oeste, são um fenômeno natural que poderia ter ocorrido em qualquer situação do sistema, estatal ou privado. Entretanto, o tempo de recuperação do sistema e as 21 horas de demora para identificar e esclarecer a sociedade brasileira sobre as causas de tal distúrbio, não são um fenômeno natural! As contradições das autoridades, acusações mútuas e diagnósticos errados do problema, são uma decorrência da desorganização implantada no sistema brasileiro, que sofre grandes perturbações provocadas pela imposição apressada de um modelo incompatível com as características do setor.


É preciso aproveitar essa rara atenção da mídia e refletir sobre o ocorrido, não para buscar culpados, mas para apontar os riscos que estão se configurando. A empresa privada ONS, agora responsável pela operação do setor elétrico brasileiro, demonstrou estar despreparada para enfrentar situações semelhantes que podem ocorrer não por caprichos da natureza, mas por inobservância de procedimentos operacionais normais das diversas empresas que comporão o sistema brasileiro. Se é difícil identificar uma causa natural de desligamentos em cascata, o que dizer da difícil missão de coordenar um sistema nacionalmente interligado? É preciso lembrar que o setor será composto de empresas geradoras privadas que, apesar de concorrentes, serão obrigadas a gerar energia de forma cooperativa sob pena de causar perda de 20% da capacidade total do sistema.


Até os formuladores do modelo brasileiro sabem que a importação do modelo inglês exigiu diversas e complicadas adaptações que demandarão do ONS um grande esforço de regulação e fiscalização. Os formuladores também sabem que nenhum país do mundo implantou essa liberalização "a toque de caixa". A inglaterra levou 10 anos para descobrir que ainda era necessário intervir ainda mais, tal o monopólio privado que se formava. Os Estados Unidos, que mantêm o setor sob contrôle do estado justamente onde prevalescem características hídricas, tais como as brasileiras, assistiu estarrecido o preço da energia no mercado livre atingir a íncrível soma de de US$ 7.000/MWh!


É preciso esclarecer esses pontos para a sociedade!


O ILUMINA têm denunciado e se posicionado contra a privatização do setor elétrico principalmente pela forma como ela vem sendo conduzida. Repetimos aqui o nosso alerta: Os investimentos privados que deveriam garantir a expansão da oferta de energia não vêm ocorrendo!


Se a sociedade brasileira está chocada com algumas horas sem luz, imaginem o trauma de enfrentar a reedição dos racionamentos da década de 50! Naquela época, o setor elétrico, privado, não garantiu os investimentos necessários para evitar os racionamentos que acabaram provocando a intervenção estatal que resultou em FURNAS, Eletrobrás e outras que se seguiram.

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