Privatização da Eletrobras une governo e presidente da Câmara – O GLOBO

Análise do ILUMINA:

Há quem festeje o aumento de preço das ações da Eletrobras como um sinal de que a sociedade apoia a privatização da empresa. Certamente essa interpretação despreza o fato de que, se as ações sobem, é porque a Eletrobras privatizada passará a vender energia bem mais cara.

Se fosse verdade que a explosão tarifária brasileira estivesse sob responsabilidade da Eletrobras, essa visão seria válida. Entretanto, como mostramos diversas vezes e, agora, através dos filmes de 5 minutos cada um, a realidade é outra.

https://www.youtube.com/watch?v=zLFf5HQXDuQ

https://www.youtube.com/watch?v=ugMWL3tVU34

Como já informamos antes, a desastrada medida provisória transformada em lei em 2013, além de quebrar a empresa, cometeu o erro de isentar todos os outros agentes desse desastre.

A intenção do filme é informar às pessoas que estão pagando contas absurdas que, é na complexidade institucional e de modelagem do setor que estão as razões do vexame brasileiro.

  


POR GERALDA DOCA / BÁRBARA NASCIMENTO 21/02/2018 4:30 / atualizado 21/02/2018 7:25

BRASÍLIA E RIO – A privatização da Eletrobras é dos poucos itens em que as pautas prioritárias do governo e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), convergem. A comissão especial que discutirá a matéria na Casa já foi criada e deverá ser instalada até a semana que vem. Além disso, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, admitiu ontem que o governo não descarta fazer mudanças no projeto para viabilizar sua aprovação. Das 15 medidas anunciadas na segunda-feira pelo governo, a venda da Eletrobras é vista pelo mercado como a mais factível. Com isso, os papéis ordinários (ON, com direito a voto) da estatal subiram 6,81% nesta terça-feira, a R$ 22,88, enquanto os preferenciais (PN, sem voto) saltaram 8,65%, a R$ 27.

Pedrosa afirmou, em audiência pública no Congresso, que seria arrogante por parte do governo achar que não é possível discutir pontos da proposta. Mas ressaltou que é importante preservar o essencial:

– Concessão é uma palavra forte. Se a gente coloca um projeto para discussão no Congresso, seria extrema arrogância acreditar que não dá para mudar nada. O Congresso tem contribuições a fazer. Tenho confiança de que avançaremos e preservaremos o que entendemos que é essencial, que é a natureza do projeto.

INVESTIMENTO DE R$ 13 BI

Segundo o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que será o relator da proposta da comissão, Maia pediu celeridade no assunto. O presidente da comissão é o deputado Hugo Motta (PMDB-PB).

– Essa é uma pauta do Executivo e da Câmara – disse Aleluia, acrescentando que pretende apresentar o relatório até o fim de abril.

Ele admitiu que o projeto é polêmico, mas ressaltou que sua aprovação é possível. Aleluia destacou que já espera um debate ideológico acalorado, mas que está preparado para defender a proposta. E já se preparou para responder às críticas dos opositores de que a privatização da Eletrobras vá resultar em aumento na conta de luz:

– O que causa aumento nas contas de luz é a má gestão da empresa e de suas subsidiárias, sobretudo as geradoras do Norte e Nordeste.

Já Pedrosa, do Ministério de Minas e Energia, disse que as empresas que comprarem as distribuidoras da Eletrobras no Norte e Nordeste terão de desembolsar, além dos R$ 50 mil previstos por unidade, mais R$ 13 bilhões em investimentos para torná-las viáveis. O governo quer vender seis distribuidoras que estão extremamente sucateadas e têm custos excessivos de operações e acumulam perdas.

O secretário citou o caso da distribuidora do Amazonas. Em um ano, disse, o excesso do custo operacional e as perdas não reconhecidas consumiram o equivalente a 43 anos da rentabilidade da empresa:

– Como você vende uma empresa que, em um ano, vai perder 43 anos do que ganharia? Quanto vale uma empresa dessas? Na verdade, alguém vai ter que comprar, ajustar, melhorar, investir, reorganizar, para depois ter uma expectativa de rentabilidade.

Outra parte do prejuízo gerado por essas empresas, calculado em cerca de R$ 20 bilhões, será embolsado pela própria Eletrobras. Pedrosa afirmou que, com a venda, a estatal busca “se libertar” do peso de administrar essas distribuidoras:

– O negócio de distribuição é absolutamente diferente do investimento em geração e transmissão. A Eletrobras mostrou, ao longo do tempo, que não tem a agilidade e recursos suficientes.

BOLSA TEM NOVO RECORDE

Com a ajuda da Eletrobras, a Bolsa brasileira renovou nesta terça seu recorde de fechamento: 85.803 pontos, uma alta de 1,19%. É o maior patamar do Ibovespa desde 26 de janeiro, quando registrou 85.530 pontos. Durante os negócios, o índice de ações brasileiro bateu outro recorde: chegou a 86.290 pontos. Anteriormente, o maior patamar intraday era de 31 de janeiro, com 86.213 pontos.

Registraram alta significativa ainda os papéis de bancos, que têm maior peso no Ibovespa, e a Petrobras. Itaú avançou 2,46%, e Bradesco, 3,04%. O Banco do Brasil subiu 1,78%. Já a Petrobras teve alta de 1,78% (ON) e 1,94% (PN).

Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, há um maior apetite por risco no Brasil, impulsionado pela expectativa de queda nos juros. No mercado de juros futuros, explicou, 54% dos agentes financeiros estimam um corte de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom. Há uma semana, eram 30%.

Com relação às medidas propostas pelo governo, a única que teve boa repercussão no mercado foi a da Eletrobras.

— O governo está fazendo a sua parte, tentando dar continuidade ao movimento reformista. Mas o mercado percebe essas medidas de forma mais neutra — disse Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial Research.

Seguindo o mercado externo, o dólar comercial avançou 0,61%, a R$ 3,256

 

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