Projetos energéticos da Inglaterra

Projeto britânico de 12 usinas nucleares agita o setor




A promessa do premiê britânico, Tony Blair, de reformular o mercado de energia do país, encorajando a construção de usinas nucleares, abriu uma corrida bilionária entre empresas francesas, alemãs e japonesas do setor.

Com a publicação ontem da revisão do setor energético, o documento a partir do qual Londres vai definir sua nova política pública para o setor, o governo deu o primeiro passo para colocar em prática o plano de começar, a partir de setembro, a conceder licenças para a construção de até 12 usinas nucleares privadas.

Esses projetos devem chegar, no total, a mais de 43 bilhões de euros.

Cientes do cronograma ambicioso que o governo assumiu agora, gigantes internacionais da indústria nuclear já estão em negociação com empresas britânica para a formação de parcerias para a construção das usinas e para a distribuição de energia. Entre as maiores multinacionais estão as francesas Areva, na área nuclear, e a Electricité de France (EDF), dona da London Energy – que vai se tornar EDF Energy -, na distribuição. As alemãs Eon e RWE também estão se colocando no páreo, segundo analistas.

A Westinghouse, que é da japonesa Toshiba, e a americana General Electric também concorrem para abocanhar um pedaço do programa nuclear britânico.

O secretário (ministro) de Indústria e Comércio do Reino Unido, Alistair Darling, disse que um terço das 23 usinas nucleares atualmente em operação no país vão terminar sua vida útil nos próximos 20 anos. A expectativa do secretário é de que as primeiras usinas da nova geração comecem a funcionar em 2016. Com isso, diz Darling, não apenas o país lidaria com a sua escassez de energia, como diminuiria suas emissões de dióxido de carbono, gás considerado responsável pelas mudanças climáticas do planeta.

Precisamos colocar em funcionamento um arcabouço legal para incentivar investimentos em projetos que limitem as emissões de carbono“, afirmou o secretário.

As usinas nucleares podem ter uma contribuição significativa para que atinjamos nossas metas políticas.”

O governo pretende aumentar os preços dos combustíveis fósseis, como diesel e gasolina, para encorajar os investimentos em energia nuclear e eólica, mas não detalhou se haverá algum tipo de subsídio à construção das usinas.

Apesar do otimismo do governo, a bancada do Partido Trabalhista, de Blair, no Parlamento pode se tornar um problema para o primeiro-ministro.

Em maio, 88 dos 659 parlamentares, inclusive 57 trabalhistas, assinaram uma petição na qual se opunham à política de construção de usinas nucleares. Agências internacionais, Valor