Relaxações

O ILUMINA apressa-se a entrar na homenagem a Eça de Queiroz no centésimo aniversário de sua morte. O público brasileiro, quem sabe, mais amplamente agora, a partir da exemplar versão televisiva d´Os Maias, começará a conhecer Eça. Melhor: começará a compreender quão atual para Pindorama são as sátiras da sociedade portuguesa do final dos novecentos e os comportamentos dos personagens ecianos.


Há algum tempo a página do ILUMINA já publicou artigo assinado comentando o terrível destino, talvez genético, da classe dominante brasileira em adotar permanentemente o óbvio como discurso. Pior, não aquele certo óbvio ­ ululante no bom sentido – que merece repetição diária, como por exemplo, a necessidade de abandonar a servidão voluntária aos interesses dos países centrais e seus companheiros eternos, o caráter deficiente, o fisiologismo e a corrupção.


O modelo de privatização adotado pelo governo e seus ingredientes adicionados por bruxas ao panelão ao fogo, nos fazem recordar a também bruxa Dona Patrocínio das Neves e seu sobrinho Teodorico, o fogoso da inglesa Mary, e o sentido do título deste pequeno editorial .


No Aurélio, entre outros significados da palavra, encontramos o quarto significado que a série televisiva trouxe de volta aos brasileiros: “comportamento e/ou hábitos licenciosos; devassidão; libertinagem; licenciosidade”. E melhor, ao procurar a palavra RELAXAR encontramos um décimo terceiro significado: “Desmoralizar-se; perverter-se; corromper-se (muitos políticos relaxam-se no poder)” .


Que secca oh pá !

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