Se ninguém confere, vale qualquer coisa!

Fomos Conferir – Portal Paciência RJ

Roberto Pereira D´Araujo

Assistam o ministro, pelo menos até a declaração de que a atual situação é de uma escassez jamais vista no Brasil.

Essa afirmação, se não for checada por ninguém, passa a ser uma inverdade para justificar a total falta de planejamento e investimento, na nossa opinião, a verdadeira causa do esvaziamento dos reservatórios.

Evidentemente, com o desrespeito às florestas e ao clima, pode ser que, com a evolução das afluências até o final do ano, essa crise possa ser a campeã de “secura”. Mas, por incrível que pareça, as afluências registradas no histórico nos anos 1949 a 1956, conhecido como período crítico, até agora, mostram situação pior do que a atual escassez.

Atenção! Trata-se de calcular o que ocorreria no atual sistema, com todas as usinas atuais existentes, caso ocorressem as afluências registradas no histórico de vazões!

Para mostrar isso, a tabela abaixo mostra as proporções dessas energias naturais em relação a média de longo termo. Em vermelho estão as ocorrências menores do que 90%.

Na linha “Média”, está a média dos anos em relação à média de longo termo. Por exemplo, a região sudeste e centro-oeste apresentou uma média de 91% no período 1949 – 1956. O período 2014 – 2021 registrou 89% da média de longo termo, apenas 2% pior.

Na linha “Potência”, está registrada o total de MW instalado em cada região que, somadas, atingem 108.613 MW.

Na linha % da “Potência Total” está a proporção de cada sistema na potência total.

Na linha “Média x%” está a média dos anos de cada região em todos os anos dos períodos ponderados pela participação na potência total.

Feito isso, o que podemos afirmar com base nos dados do ONS é que, até agosto, as médias de energias naturais do período crítico estão inferiores à Escassez Hídrica.

Não estamos afirmando que essa situação não seja a pior. O que estamos afirmando é que, dado o histórico de afluências, que é a base de todos os cálculos da operação e da comercialização, a tentativa de passar uma ideia que a escassez hídrica é uma “tragédia” impossível de ser prevista, não pode ser justificada!

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