Será o próximo ministro de energia? Uma análise

Trechos de uma entrevista do Dr. Luciano Castro, provável ministro de minas e energia do candidato líder das pesquisas. Luciano de Castro, professor da Universidade de Iowa e ‘guru’ energético de Bolsonaro. 

O preço da eletricidade está pesando no bolso do consumidor e os senhores falam no plano de governo que “a oferta de energia precisa ser confiável, a preços justos e competitivos internacionalmente”. O que pode ser feito? 

Luciano de Castro: Uma das grandes coisas que temos de perseguir é exatamente um baixo custo de energia, porque isso melhora todos os setores da economia que usam energia como insumo. A questão toda é como a gente quer fazer que isso aconteça, e nossa visão é que a única forma que tem se provado funcionar, em todo mundo e em todos os mercados, é através da competição. Você criar mecanismos de competição, com as empresas competindo para ofertar produtos melhores e com preços mais baixos. Aí os preços vão cair. Você não pode fazer o que vem sendo perseguido até hoje, que era tentar fazer isso por meio de intervencionismo do governo.

Ilumina: Talvez seja necessário informar ao Dr. Luciano que, desde 1995, o modelo implantado é o da competição. Verifiquem os leilões! Ao contrário do prometido, a tarifa só subiu. Abaixo, como exemplo, a da indústria do mercado cativo. Gostaríamos de ouvir sua explicação.

Se o Dr. Luciano tiver curiosidade, poderá verificar que, dentre os setores que mais pagam dividendos aos seus acionistas, figuram diversas empresas privadas do setor elétrico.

Além disso, por desprezar características singulares do sistema brasileiro, o sistema “competitivo” criou diversos custos antes inexistentes. A figura abaixo ilustra o surgimento desses encargos:

Seria longo explicar cada um, mas se for possível uma troca de ideias, detalhamos cada um deles. Alguma opinião sobre isso?

Além disso, o mercado livre, que está sendo elogiado na sua resposta, capturou durante 10 anos o viés de preço baixo decorrente do modelo competitivo implantado. Abaixo, a comparação com o preço do MWh no mercado residencial.

Sabe o que isso resultou? Esse nicho que se diz “competitivo” não contratou nenhuma usina para o seu atendimento. Hoje, esse mercado chega a 30% do consumo total! Vive às custas do mercado cativo.

Para finalizar, é bom saber que, historicamente, com uma economia crescendo pífios 2%, o Brasil precisa de 2 usinas do porte de Itumbiara por ano! Por favor, verifique!

Foi justamente o resultado inverso do que o Dr. Luciano prega que, arrebentou a Eletrobras. O governo do PT, sem coragem, interviu sim, mas não no setor privado!

1 – Quebrou a Eletrobras para poder expandir o sistema já que o setor privado não o faz sozinho e

2 – Quebrou a Eletrobras para compensar os altos preços cobrados no sistema competitivo que existe desde 1995, sistema que denunciamos desde 1996 e que, lamentavelmente, especialistas como o senhor Luciano nunca se pronunciaram.

Seria muito interessante que algum leitor do Ilumina pudesse fazer chegar ao Dr. Luciano essas considerações.

Roberto Pereira D’Araujo

 

 

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