Roberto Pereira D´Araujo
Quando um ministro, um deputado, um senador, o presidente, um tribunal, enfim, a sociedade de uma nação despreza:
- O fato de que nenhum país do planeta com o tipo de estrutura hidroelétrica privatiza uma empresa pública como a Eletrobras.
- Que o valor estimado para venda está no entorno de 1/10 do valor de empresas que vendem o mesmo produto, o kWh.
- Que o modelo mercantil adotado no Brasil tem valores extremamente instáveis, diferentes de outros mercados e, ao usar esses números para avaliar o valor de uma empresa como a Eletrobras, perpetra-se um total absurdo.
- Que, consultando os dados oficiais, é possível demonstrar que o setor privado não investiu na expansão da oferta como se imaginou desde a década de 90.
- Que, ao oferecer o controle de uma empresa como a Eletrobras, o capital privado se retrai em reais investimentos de expansão da oferta.
- Que apenas 8,5% das usinas hidroelétricas privadas foram originadas de investimento privado.
- Que a maioria dos “investimentos” privados foram aquisições de usinas prontas.
- Que, desde a adoção da privatização e mercantilização o Brasil “termificou” o sistema, onde as térmicas foram multiplicadas por 6, apesar dos subsídios no mercado livre para fontes renováveis.
- Que o estatuto da Eletrobras foi desobedecido por todos os governos para obrigar a empresa a corrigir os problemas do modelo, como os exemplos de compra de distribuidoras, redução compulsória de tarifa e sociedades onde a empresa é minoritária.
- Que desde 1995, marco zero do modelo privado-mercantil a tarifa média já se elevou acima da inflação em mais de 100% prejudicando os mais pobres.
Nesse caso, quem está gravemente doente é o país.