União passará a consumir energia do mercado livre e não terá de pagar empréstimo bilionário – Estadão

Análise do ILUMINA: Como sempre, qualquer notícia do setor elétrico precisa de explicação. Vocês se lembram da figura abaixo?

  • Ela mostra o uso de geração térmica no atendimento à carga. Repararam no “susto” de 2012? As térmicas, que são usadas para preservar a reserva de água nas usinas, de repente, dobraram sua geração. Isso mostra que até esse momento, usavam e abusavam dos reservatórios.
  • Como térmicas geram energia cara, essa mudança brusca gerou uma absurda despesa não prevista.
  • Essa conta bilionária, causada pela gestão que foi feita no setor pelas autoridades do governo, iria cair nas costas das distribuidoras, que, por sua vez teriam que aguardar a data de sua revisão tarifária para jogar nas costas dos consumidores.
  • Sem nenhuma autocrítica, o que fez o governo? Criou um “empréstimo compulsório” imposto aos consumidores de tal maneira que se aliviasse o aperto financeiro das distribuidoras. Tamanho dessa “brincadeira”: R$ 21 bilhões.
  • Genial! Estamos no Brasil, recordista de juros altos e nada mais espetacular para os bancos do que “emprestar” essa fortuna que é descontada na fatura de energia.
  • Mas, isso não é nada! Agora, segundo a reportagem, o próprio governo, que criou essa confusão, pretende “migrar” para o nicho do mercado livre, onde deixa de pagar o empréstimo, pois deixaria de ser “cliente” de energia da distribuidora.
  • Mais uma evidência das distorções criadas pelo modelo mercantil adotado no Brasil, que cria nichos não isonômicos num sistema que é único.
  • Ora, se o causador do problema foge do pagamento da dívida, adivinhe para quem vai sobrar?
  • Atenção! Toda a origem do problema em 2014, no governo Dilma!

 

Anne Warth, Fernando Nakagawa, Lorenna Rodrigues ,

O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – O governo anunciou nesta quarta-feira, 8, que vai passar a consumir energia elétrica do mercado livre, medida que pode gerar uma economia de R$ 400 milhões por ano, de acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira. A projeção é reduzir os gastos em 20% – em 2016, essas despesas somaram R$ 2,2 bilhões.

Valor médio da energia ofertada pelas distribuidoras é de R$ 160,00 por MWh; concessionárias acrescentam R$ 40 por MWh para pagar o empréstimo

Com a decisão, a União terá acesso a um dos principais benefícios dos clientes do ambiente livre: não pagar o empréstimo bilionário que o próprio governo arquitetou para socorrer as distribuidoras de energia elétrica em 2014. O financiamento, de R$ 21,176 bilhões, evitou um tarifaço em pleno ano eleitoral. Passadas as eleições, em 2015, a tarifa subiu, em média, 50%.

Para o consumidor residencial, o empréstimo tem um peso de cerca de R$ 4 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Mas os clientes comuns não podem fazer a mesma escolha do governo, pois seu consumo é muito baixo. Para migrar para o mercado livre, é preciso ter uma demanda de, pelo menos, 3 mil MWh. Isso também é possível se o consumo for superior a 500 kWh, desde que os contratos sejam exclusivamente de fontes renováveis.

O valor médio da energia ofertada pelas distribuidoras, que atendem as residências, e pelas comercializadoras do mercado livre, que atendem os grandes consumidores, é o mesmo, em torno de R$ 160,00 por MWh. A diferença é que as concessionárias adicionam, na conta final, R$ 40,00 por megawatt-hora (MWh) para pagar o empréstimo aos bancos. É daí que vem a estimativa de economia média de 20% mencionada pelo governo.

  7 comentários para “União passará a consumir energia do mercado livre e não terá de pagar empréstimo bilionário – Estadão

Deixe um comentário para Renato Queiroz Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *