CHÁVEZ E EVO ANUNCIAM A CRIAÇÃO DA PETROANDINA
O presidente da Bolívia, Evo Morales, e da Venezuela, Hugo Chávez, anunciaram na semana passada a criação da Petroandina, uma empresa mista formada pela estatal de petróleo da Bolívia e da Venezuela. O acordo foi anunciado durante a visita de Chávez à Bolívia. A estatal de petróleo venezuelana irá investir US$ 1,5 bilhão na Bolívia. Venezuela, Bolívia e Cuba ensaiam um tratado de livre comércio que uniria toda a América Latina, em contraposição à proposta dos Estados Unidos para criação da Alca. Chávez, muito popular na Bolívia, foi recebido com festa. O vice-presidente de Cuba, Carlos Lague, denunciou uma conspiração norte-americana para derrubar o governo de Morales. A nacionalização do petróleo e gás vem sendo comemorada porque a população espera que os preços acentuadamente altos possam ser reformulados com a revisão dos contratos com as multinacionais. Durante a solenidade da Petroandina, Chávez disse que a Venezuela comprará bônus do Tesouro boliviano como forma de financiar a dívida pública do país aindino, assim como fez com a Argentina. O presidente da AEPET, Heitor Pereira, disse que o Brasil poderia estar na frente da discussão com a Bolívia se a Petrobrás não adotasse um discurso imperialista de segunda classe. “Deveríamos estar propondo a qualificação de técnicos bolivianos, parceria do Cenpes (Centro de Pesquisa da Petrobrás) para o desenvolvimento boliviano. Sobre a questão da indenização à Petrobrás, ela poderia ser feita, em boa parte, em crédito de gás, usando algum dispositivo como fiança. O concreto é que Chávez está oferecendo tudo o que nós deveríamos estar fazendo para levantar a Bolívia, que viu a maioria dos seus recursos energéticos terem sido dilapidados, só sobrando o petróleo e gás como ativos para financiar o seu desenvolvimento“, disse Heitor. Segundo pesquisa divulgada pelo jornal “La Razón”, 39% dos bolivianos consideram a Venezuela como o melhor amigo de seu país. (Globo/F.de S.Paulo/O Estado de São Paulo/AEPET)
