Afinal, o que é " AccountAbility" ? Um novo conceito ganha importância nas empresas em todo o mundo já com repercussões no Brasil. O saudoso Betinho, sempre à frente do seu tempo, cunhou o te …

Afinal, o que é " AccountAbility" ?



Um novo conceito ganha importância nas empresas em todo o mundo já com repercussões no Brasil. O saudoso Betinho, sempre à frente do seu tempo, cunhou o termo balanço social, para expressar a transparência que as empresas devem ter na contabilização das suas ações voltadas para a responsabilidade para com a sociedade onde se inserem.




Bem recentemente vimos uma das maiores empresas brasileiras, a Petrobrás, que é pioneira em prospecção de petróleo em águas profundas, mergulhada em dar explicações para o desastre ecológico causado na Baía de Guanabara.




Temos alguns exemplos bem próximos a nós do setor elétrico, da preocupação que as empresas têm hoje em dia em divulgar o que têm feito na área social.




O CECREMEF – Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empregados de Furnas, em seu "Relatório 1999" tem quatro páginas dedicadas ao seu Balanço Social. Há até um sub-item que chama a atenção: Auto Estima, onde se relatam algumas ações destinadas a elevar a auto-estima dos associados e seus familiares.




FURNAS, em seu último Relatório da Administração, publicado nos jornais no início de abril, tem um extenso item chamado também de Balanço Social, onde se refere aos investimentos feitos pela empresa em cidadania e meio ambiente, fazendo uma ressalva de que tais ações ocorreram, "sem perda da sua lógica empresarial".




Essa ressalva mal disfarça uma desconfiança de que quando se investe no social se está indo contra a lógica empresarial. Tal desconfiança, no nosso entender, nada mais é que um antolho para não deixar que se enxergue para os lados, fixando-se a visão só nos lucros imediatos, como se eles pudessem acontecer a despeito do descaso ao componente humano e ambiental, por exemplo.




Soubemos agora, através de uma revista que nos chegou às mãos, editada pelo Institute of Social and Ethical AccountAbility, que foi recentemente lançada na Europa uma Norma, a AA1000, que é tida como o processo de construção das fundações de um padrão internacional de Relatório do balanço ético e social, a ser usado pelos profissionais de auditoria e contabilidade. Muito apropriadamente foi acrescentado ao componente social, o ético que o completa.




Achamos importante que se use um relatório padrão internacional nos balanços sociais, com a identificação de indicadores e metas que permitam uma maior visibilidade e que sistematizem essas informações, possibilitando ainda um confronto com os anos anteriores para se ter a evolução dos mesmos e também uma comparação entre empresas de mesma área.

Pelos exemplos acima, podemos notar que não existe no Brasil um padrão de balanço social e que cada empresa emprega o termo como lhe convém, servindo até mesmo em alguns casos para fazer uma cortina-de-fumaça corporativa. Há ainda uma grande falta de informações sobre o lado ético das ações empresariais.




Quanto aos direitos humanos, um dos componentes do balanço social, a pergunta a se fazer é se existe uma contabilidade para os mesmos.




Outro problema levantado é que, apesar de haver um crescente interesse da sociedade para as ações das empresas que mostrem a responsabilidade social, de um modo geral o público não acredita nos relatórios publicados porque não identifica neles o componente ético.




Espera-se que a norma padrão internacional AA1000 venha a atender essa demanda, principalmente onde ela será mais premente: nas corporações nacionais e transnacionais, privadas ou públicas, nos países em desenvolvimento.




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